quarta-feira, 15 de junho de 2016

PRA QUE SINDICATO? NÃO PRECISO DE SINDICATO! EU ME BASTO! EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS!

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PRA QUE SINDICATO? NÃO PRECISO DE SINDICATO!
EU ME BASTO! EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS!

Helder Molina.
Calma! Quem tiver tempo de ler, se gostar e concordar, e quiser publicar nas suas mídias (sites, blogs, facebook, jornais ou boletins impressos) agradeço, escrevo isso em público porque alguns(umas) generosos(as) e solidários(as) amigos(as) me perguntaram se podem publicar. Em frente, domínio público, circulando informações, formação, conhecimento, vamos precisar de todo mundo pra banir do mundo a opressão. Um mais um é sempre mais que dois!!
PRA QUE SINDICATO?PRECISAMOS DE SINDICATO?NÃO PRECISO! EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS!

Helder Molina.

Licenciado e Bacharel em História (UFF), Mestre em Educação (UFF), Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ), professor da Faculdade de educação da UERJ, pesquisador e educador sindical, assessor de formação, planejamento e projetos sindicais.

Esse título te assustou? Deve assustar, não? Mas essa é a visão, e a fala, de muitos trabalhadores hoje. Alienados pela mídia que faz uma guerra de desinformação e contra informação sobre os sindicatos, movimentos sociais, lutas coletivas. Dominados pelo consumismo, mercantilização da vida, degradação dos valores solidários e construtivos, que fazem apologia à meritocracia (cada vence por seus próprios méritos individuais, não precisa do coletivo, da solidariedade, da luta para conquistar direitos), e ao individualismo e a competição uns com os outros. Eu me basto! Eu resolvo! Sou auto suficiente!
A mídia e os patrões fazem tudo para destruir a história e a memória das lutas sociais para conquistar direitos que são para as maiorias. Buscam alienar e reduzir a consciência dos jovens e também dos adultos que não têm conhecimento histórico, político e econômico, que têm memória curta e não tem raízes profundas na realidade em que vivemos
Os sindicatos surgiram com o final da escravidão, e com ele os direitos trabalhistas. Eles existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que estar sempre organizados coletivamente e em processo constante de luta. Se hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos, são terceirizados, precarizados, ou desempregados. Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem previdência, sem aposentadoria, sem direitos, sem futuro? Pensado que nos organizamos em sindicatos e outros movimentos sociais. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX.
Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos. 
Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou 16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não era remunerado. Só na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias. E, no Brasil, isso só foi em garantido na lei em 1932.
A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhador, e da ausência de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.
E, no Brasil, quais foram as principais conquistas? O 13º salário foi conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade, da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço, todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos patrões.
Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os trabalhadores já tinham na Europa, no Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.
Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a organização, a luta e a mobilização coletiva trazem conquista e direitos.
Os sindicatos têm importante participação na história dos direitos em nosso país. O movimento sindical foi decisivo para a conquista da democracia, dos direitos sociais, da liberdade, em diversos momentos da história brasileira. Para citar só alguns exemplos: a conquista da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi fruto das lutas dos anarcossindicalistas, comunistas e socialistas. 
Foi a luta dos sindicatos do serviço público que tem conquistado o fim do “feudalismo” no serviço público, enfrentando o nepotismo, compadrismo, patrimonialismo, e garantindo nas lutas os concursos públicos democráticos para acesso, os planos de carreiras para permanência e ascensão profissional, a luta por data base de negociação salarial, e de mesas de negociação de direitos permanentes, enfim.
Os sindicatos participaram das mobilizações que deram fim à ditadura militar no Brasil e organizaram a resistência às políticas de mercado, impostas no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, em defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores, que foram duramente atacados pelo empresariado e pelo governo.
As entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.
Tenha certeza de que, se dependesse da empresa ou do governo, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você. Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
Os sindicalizados sustentam a entidade sempre, antes e após as campanhas salariais. Dessa forma, a contribuição assistencial se torna necessária, pois ela visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos e acompanhamentos estatísticos e socioeconômicos, assessoria jurídica, produção de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de editais etc.
Nossos direitos foram todos conquistados nas lutas. O sindicato é o instrumento coletivo de combate de classe, e só a luta coletiva faz frear e recuar o retrocesso civilizatório do capital quanto aos direitos da classe trabalhadora.
Os sindicatos devem lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas. 
Os sindicatos deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva.Sozinho ninguém conquista nada. 
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos, precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os trabalhadores. A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vivem da exploração dos trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos trabalhadores. O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão social, a miséria. 
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos. 

As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de trabalhos, nada pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos trabalhadores. Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.

Esse Fenomenal texto é do meu Amigo e Mestre Helder Molina: Façam suas reflexões, pois a minha já fiz há muito tempo! (HOMEM DO ALÉM).

quarta-feira, 27 de abril de 2016

HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO FOPEASSULPA.







                                                                                                       
IV FÓRUM PERMANENTE DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO SUL DO PARÁ.

TEMA: “EDUCAÇÃO, TRABALHO E ENVELHECIMENTO NA SOCIEDADE DO CAPITAL: DESAFIOS PARA O SERVIÇO SOCIAL NA AMAZÔNIA DO SÉC. XXI”.
PERÍODO: 14 e 15 DE ABRIL 2016 - LOCAL: IFPA (Instituto Federal do Pará) - CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA – PA.

HISTÓRICO DO SURGIMENTO DO FOPEASSULPA.

O Fórum Permanente dos Assistentes Sociais do Sul do Pará se constrói a partir de um sonho que se tornou realidade. Este sonho começou a se edificar em 2009, quando o Assistente Social Sr. Marcelo Henrique de Jesus Flores Sobrinho foi convidado pelo Assistente Social Sr. Agostinho Belo para participar do III CONFENAS (Congresso Nacional da Federação dos Assistentes Sociais), no ano de 2009. No CONFENAS, o Sr. Marcelo Henrique participou como Delegado representando o Estado do Pará e na ocasião conheceu a Professora/Assistente Social Margareth Dellaruvera (Presidente das FENAS na época) e diversos Assistentes Sociais de outros Estados. No III CONFENAS. O Sr. Marcelo Henrique foi indicado e acabou sendo eleito para a Direção da FENAS (Federação Nacional dos Assistentes Sociais), onde esteve na Direção no período de 2009 a 2012. Neste período, durante a sua participação na FENAS começou a conversar com a Margareth, Agostinho e com outros colegas da Direção Nacional, sempre colocando a necessidade de se criar um Fórum na Região do Araguaia (que tem história), que abrangesse os municípios do Sul/Sudeste do Pará, haja vista, que em sua (nossa) região de trabalho são poucos os espaços de debates populares, e nós Trabalhadores e a População sofremos com a ausência desses espaços (de democracia e participação popular), o que para nós significa ficarmos “ausentes” das grandes discussões que envolvem a construção das Políticas Públicas, a problemática do “Mundo do Trabalho”, como da própria “Questão Social” gerada pelo “Mundo do Capital” e das discussões internas da Categoria.
Desta forma, em 2013 o Sonho do “Projeto do Fórum” se torna realidade a partir de uma conversa por telefone que o Assistente Social Marcelo Henrique (que tive) com a Assistente Social Eliana Aurea (de Redenção/PA), quando coloquei a ideia da construção do Fórum, sendo que imediatamente aceitou o desafio. Com o compromisso da criação do Fórum firmado, entramos em contato com a FENAS e CRESS/PA que também firmaram o compromisso da construção do Fórum Permanente dos Assistentes Sociais do Sul do Pará (FOPEASSULPA). Vale ressaltar que o Fórum foi batizado primeiramente com o nome de “FÓRUM PERMANENTE DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO ARAGUAIA – TOCANTINS" (pensávamos agregar de Conceição do Araguaia até Marabá), mas depois de uma nova conversa com a Assistente Social Eliana Aurea, que propôs a mudança então do nome para “FÓRUM PERMANENTE DOS ASSISTENTES SOCIAIS DO SUL DO PARÁ”, o que então aceitamos.
Não podemos deixar de afirmar que o nosso Fórum é uma edificação de várias mãos e aqui agradecemos pela participação de todos que colaboram para a sua efetivação, em especial a FENAS, ao CRESS/PA e SINASPA (Sindicato dos Assistentes Sociais do Pará), Prefeituras, e outros patrocinadores. Todavia, destaco aqui a valiosa participação do Assistente Social Leandro Gomes Barbosa (que é uma grande liderança em nossa região), como Ator Protagonista nesta criação histórica, que contribuiu significativamente para este processo. Nesta criação participaram ainda outros Atores (Assistentes Sociais / Professores/Mestres/Doutores) que foram fundamentais, as Vozes do Conhecimento: Agostinho Belo, Margareth Dellaruvera, Eliane Gerber, Janilma Barros, Mirian Batista, Silvia Stockinger, Luciano Gomes, Marcela Mary da Silva, Fernando Moraes, Verônica Couto; Karina Donizete Martins; Roberto Marques; Raimundo Miguel dos R. Pereira.
 Agradecimentos especiais para os Assistentes Sociais Reginaldo Y. Ramires e Nubiamar Rocha que contribuíram demais (pela participação e divulgação) e se esqueci de alguém peço desculpas.
  O sonho do Fórum, agora é uma realidade firme e forte, que veio para ficar e tendo como objetivo principal a Organização dos Assistentes Sociais, na Amazônia, em especial na região do Sul do Pará, onde atuamos no enfrentamento das questões sociais presentes no “mundo do trabalho” e no combate a lógica do Capital. O Fórum é um espaço permanente de Educação, Formação Política e Qualificação Profissional e, ainda de discussão da Política Nacional de Assistência Social (LOAS; PNAS; SUAS; NOB-RH), Educação e demais Políticas Públicas.
O 1º Fórum teve como Tema principal “Construindo o Serviço Social no Sul do Pará: Na Defesa das Políticas Públicas e na Luta pela Organização dos Trabalhadores na Amazônia Brasileira”, realizado na cidade de Redenção/PA, em 11 e 12 de abril de 2013. O 2º Fórum abordou o Tema: “Projeto Ético Político do Serviço Social”, efetivado em Xinguara/PA, nos dias 09 e 10 de maio de 2014, onde foi apresentada a Logomarca do evento. O 3º Fórum aconteceu novamente em Redenção/PA, sendo realizado nos dias 22 e 23 de maio de 2015, com o Tema: Educação, Controle Social e a Valorização dos Assistentes Sociais na Amazônia Brasileira”. Dando sequência, O 4º FOPEASSULPA com o Tema “Educação, Trabalho e Envelhecimento na Sociedade do Capital: Desafios para o Serviço Social na Amazônia do Século XXI” se edifica em Conceição do Araguaia, no período de 14 e 15 de abril 2016 .
Não podemos esquecer que o Fórum é um ambiente construído em especial para os Assistentes Sociais lutarem em favor de seus direitos, por melhores condições de trabalho e salários dignos, e pela legitimação das Políticas Públicas, e para isso contamos com o respaldo de nossas Entidades de Defesa e Proteção (Federação Nacional dos Assistentes Sociais – FENAS; Sindicato dos Assistentes Sociais do Estado do Pará – SINASPA; Conselho Regional de Serviço Social – CRESS/PA e o Federal CFESS) para estarem sempre presentes em nossa região/território legitimando o nosso Movimento Social e coletivo em favor da Categoria.

Marcelo Henrique de J. Flores Sobrinho
(Assistente Social CRESS/PA3204 1ª Região).
Conceição do Araguaia (PA), 14 de Abril de 2016.