PRA QUE SINDICATO? NÃO PRECISO DE SINDICATO!
EU ME BASTO! EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS!
Helder Molina.
Calma! Quem tiver
tempo de ler, se gostar e concordar, e quiser publicar nas suas mídias (sites,
blogs, facebook, jornais ou boletins impressos) agradeço, escrevo isso em
público porque alguns(umas) generosos(as) e solidários(as) amigos(as) me
perguntaram se podem publicar. Em frente, domínio público, circulando
informações, formação, conhecimento, vamos precisar de todo mundo pra banir do
mundo a opressão. Um mais um é sempre mais que dois!!
PRA QUE
SINDICATO?PRECISAMOS DE SINDICATO?NÃO PRECISO! EU RESOLVO MEUS PROBLEMAS!
Helder Molina.
Licenciado e
Bacharel em História (UFF), Mestre em Educação (UFF), Doutor em Políticas
Públicas e Formação Humana (UERJ), professor da Faculdade de educação da UERJ,
pesquisador e educador sindical, assessor de formação, planejamento e projetos
sindicais.
Esse título te assustou? Deve assustar, não? Mas essa é a visão, e a
fala, de muitos trabalhadores hoje. Alienados pela mídia que faz uma guerra de
desinformação e contra informação sobre os sindicatos, movimentos sociais,
lutas coletivas. Dominados pelo consumismo, mercantilização da vida, degradação
dos valores solidários e construtivos, que fazem apologia à meritocracia (cada
vence por seus próprios méritos individuais, não precisa do coletivo, da
solidariedade, da luta para conquistar direitos), e ao individualismo e a
competição uns com os outros. Eu me basto! Eu resolvo! Sou auto
suficiente!
A mídia e os patrões fazem tudo para destruir a história e a memória das lutas sociais para conquistar direitos que são para as maiorias. Buscam alienar e reduzir a consciência dos jovens e também dos adultos que não têm conhecimento histórico, político e econômico, que têm memória curta e não tem raízes profundas na realidade em que vivemos
Os sindicatos surgiram com o final da escravidão, e com ele os direitos trabalhistas. Eles existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que estar sempre organizados coletivamente e em processo constante de luta. Se hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos, são terceirizados, precarizados, ou desempregados. Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem previdência, sem aposentadoria, sem direitos, sem futuro? Pensado que nos organizamos em sindicatos e outros movimentos sociais. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX.
A mídia e os patrões fazem tudo para destruir a história e a memória das lutas sociais para conquistar direitos que são para as maiorias. Buscam alienar e reduzir a consciência dos jovens e também dos adultos que não têm conhecimento histórico, político e econômico, que têm memória curta e não tem raízes profundas na realidade em que vivemos
Os sindicatos surgiram com o final da escravidão, e com ele os direitos trabalhistas. Eles existem para defender os direitos dos trabalhadores. Nossos direitos são frutos de muitas lutas e para garanti-los temos que estar sempre organizados coletivamente e em processo constante de luta. Se hoje temos emprego, salário, previdência, plano de saúde, e tantos outros direitos garantidos. Mas milhões de trabalhadores ainda não têm esses direitos, são terceirizados, precarizados, ou desempregados. Amanhã, quem garante que não estaremos sem emprego, vivendo na informalidade, sem salário, sem renda, sem previdência, sem aposentadoria, sem direitos, sem futuro? Pensado que nos organizamos em sindicatos e outros movimentos sociais. Os direitos que os trabalhadores têm, hoje, são frutos de muitas lutas, vindas desde o século XIX.
Duros combates e mobilizações para melhorar a vida dos trabalhadores se
deram não só no Brasil (desde a escravidão), mas no mundo inteiro. A luta pela
definição, e depois pela redução da jornada de trabalho, vem de 150 anos.
Quando não havia sindicatos, nem direitos trabalhistas, era o patrão
quem decidia o preço da força de trabalho e a duração da jornada. Eram de 14 ou
16 horas diárias, e o trabalho das crianças e mulheres não era remunerado. Só
na década de 1920 os trabalhadores conquistaram a jornada de 8 horas diárias.
E, no Brasil, isso só foi em garantido na lei em 1932.
A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
A vida “produtiva” de um trabalhador não passava de 25 anos de trabalho. Viravam bagaços humanos nas engrenagens das fábricas. Só a partir de 1910 foram garantidos o descanso aos domingos e o direito a férias. E essas conquistas foram à custa de muitas greves, mobilizações de massas, sofrendo repressões violentas, torturas, prisões, desaparecimentos, mortes. As operárias queimadas vivas numa fábrica de Chicago, nos EUA, são uma prova disso.
Os grandes banqueiros e empresários só acumulam lucros porque exploram
os trabalhadores. Dinheiro não nasce em árvore, nem cai do céu. O lucro privado
ou estatal é produto da exploração do trabalho e do trabalhador, e da ausência
de políticas sociais de distribuição da riqueza e dos benefícios gerados pelo
trabalho humano, ou quando o Estado vira um comitê de negócios e interesses das
classes que dominam a sociedade e monopolizam a economia.
E, no Brasil, quais foram as principais conquistas? O 13º salário foi
conquistado após grandes greves, confrontos sangrentos, desde 1953, em São
Paulo. E só foi reconhecido em lei em 1962, no governo Goulart, após uma década
de lutas. As leis de aposentadoria, contra acidentes de trabalho, da licença-maternidade,
da periculosidade e insalubridade, fundo de garantia por tempo de serviço,
todas, foram resultados de muitas lutas, sem nenhuma dádiva do Estado e dos
patrões.
Foram presos mais de cinco mil trabalhadores metalúrgicos, em greve, na
frente do sindicato, em São Paulo. Para conquistar um direito que os
trabalhadores já tinham na Europa, no Japão e nos EUA, menos no Brasil. Questão
social no Brasil sempre foi “caso de polícia”.
Nada veio por bondade dos patrões, dádiva do Estado, vontade de Deus, ou
por “sorte” de alguns trabalhadores. Ao contrário, só a resistência, a
organização, a luta e a mobilização coletiva trazem conquista e direitos.
Os sindicatos têm importante participação na história dos direitos em
nosso país. O movimento sindical foi decisivo para a conquista da democracia,
dos direitos sociais, da liberdade, em diversos momentos da história
brasileira. Para citar só alguns exemplos: a conquista da CLT (Consolidação das
Leis Trabalhistas) foi fruto das lutas dos anarcossindicalistas, comunistas e
socialistas.
Foi a luta dos sindicatos do serviço público que tem conquistado o fim
do “feudalismo” no serviço público, enfrentando o nepotismo, compadrismo,
patrimonialismo, e garantindo nas lutas os concursos públicos democráticos para
acesso, os planos de carreiras para permanência e ascensão profissional, a luta
por data base de negociação salarial, e de mesas de negociação de direitos
permanentes, enfim.
Os sindicatos participaram das mobilizações que deram fim à ditadura
militar no Brasil e organizaram a resistência às políticas de mercado, impostas
no período do presidente Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990, em
defesa do patrimônio público e dos direitos dos trabalhadores, que foram
duramente atacados pelo empresariado e pelo governo.
As entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.
Tenha certeza de que, se dependesse da empresa ou do governo, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você. Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
As entidades sindicais representam o conjunto das suas respectivas categorias nas negociações coletivas. O trabalhador sindicalizado tem direito garantido de assistência jurídica, seja individual ou coletiva, com advogados nas áreas trabalhista, previdenciária. Uma negociação salarial é longa, difícil, cansativa, com avanços e recuos, ainda mais em tempos de crise. O sindicato negocia duramente para que você tenha reajustes sobre o salário, sobre o tíquete e todas as outras cláusulas que envolvem valores monetários.
Tenha certeza de que, se dependesse da empresa ou do governo, você receberia 0% de reajuste salarial e seus direitos seriam reduzidos e os benefícios retirados. Só não nos atacam mais porque lutamos coletivamente, e porque o sindicato luta com você. Todo trabalhador tem direito de se sindicalizar, exercer sua cidadania sindical, opinar, discordar, propor, eleger e ser eleito, desde que participe ativamente da vida de seu sindicato.
Nunca é demais registrar: do céu só cai a chuva, os raios de sol e as bênçãos da fé. Todos os direitos trabalhistas, direitos sociais e políticos que temos hoje foram conquistados através de muitas lutas da organização sindical, dos movimentos sociais. Tudo é fruto de lutas. Se lutando já é difícil, sem luta é muito mais!
Os sindicalizados sustentam a entidade sempre, antes e após as campanhas
salariais. Dessa forma, a contribuição assistencial se torna necessária, pois
ela visa garantir recursos para as despesas da campanha salarial, como cálculos
e acompanhamentos estatísticos e socioeconômicos, assessoria jurídica, produção
de boletins, viagens para negociações, materiais, jornais, publicações de
editais etc.
Nossos direitos foram todos conquistados nas lutas. O sindicato é o
instrumento coletivo de combate de classe, e só a luta coletiva faz frear e
recuar o retrocesso civilizatório do capital quanto aos direitos da classe
trabalhadora.
Os sindicatos devem lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. O
papel fundamental dos sindicatos é a luta e a negociação, na busca e garantia
dos direitos sindicais, políticos, sociais e trabalhistas.
Os sindicatos deve priorizar a organização nos locais de trabalho, estar
sempre junto dos trabalhadores, ouvindo suas reivindicações, escutando suas
propostas, buscando politizá-lo, trazer para a luta coletiva.Sozinho ninguém
conquista nada.
O dirigente sindical deve ser paciente, tolerante, ter argumentos,
precisa estudar, conhecer a realidade, discutir conjuntura, entender de
economia e de política, pois ele é um formador de opinião, um exemplo para os
trabalhadores. A luta prática educa os trabalhadores, no cotidiano dos
enfrentamentos com os patrões e os governos, mas precisa estudar, conhecer
teoria, aprofundar os conhecimentos, enfim.
Desde o surgimento do capitalismo os trabalhadores lutam para garantir
seus direitos. O capitalismo, e o capitalista, vivem da exploração dos
trabalhadores, a produção dos lucros vem do trabalho não pago aos
trabalhadores. O trabalho do trabalhador é que produz as mercadorias, as
riquezas, transforma a natureza, mas o nosso trabalho é apropriado, expropriado
pelos capitalistas, pelos patrões, e nisso se assenta a exploração, a exclusão
social, a miséria.
Tenho grande respeito, consideração e admiração pela luta dos
trabalhadores, e eles são fundamentais para um Estado democrático, voltado aos
interesses maiores dos trabalhadores brasileiros. Nas lutas permanentes, nos
debates nas assembleias, na importância da formação política, nos cursos de
formação, para alargar nossa visão de sociedade, superando o corporativismo e o
burocratismo, que nos faz olhar para os próprios umbigos.
As mesas nacionais e setoriais de negociação com o governo, os grupos de
trabalhos, nada pode substituir a autonomia, a independência e a luta dos
trabalhadores. Sindicato deve ser independente de partidos e do Estado, ter
autonomia e se basear nos reais interesses dos trabalhadores, elevando sua
consciência e reafirmando sempre que só a luta conquista direito, e que tudo
que conquistamos até hoje é fruto de nossa luta e organização.
Esse Fenomenal texto é do meu Amigo e Mestre Helder Molina: Façam suas reflexões, pois a minha já fiz há muito tempo! (HOMEM DO ALÉM).
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